Valadarense ensina jiu-jítsu nos Emirados Árabes Unidos

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Leonardo Vieira ministra aula para garotos da faixa-etária de 13 a 17 anos em Al Fujayrah, nos Emirados Árabes Unidos

Leonardo Vieira no local de trabalho (Foto: arquivo pessoal Leonardo Vieira)

A cidade de Governador Valadares ficou muito conhecida no Brasil pelo grande número de pessoas que iam para os Estados Unidos em busca de trabalho mais bem remunerado. Isso ainda acontece, mas em menor proporção hoje em dia. O caso do valadarense faixa-preta de jiu-jítsu, Leonardo Vieira, também conhecido como “Léo”, é um pouco parecido, mas com destino diferente. Ele está em Al Fujayrah, nos Emirados Árabes Unidos, desde o mês de janeiro de 2017 dando aulas de jiu-jítsu numa escola.

Léo está com 29 anos de idade, sendo 14 deles vivenciando o jiu-jítsu. Ele contou um pouco sobre as circunstâncias da ida dele para os Emirados Árabes Unidos. “Na verdade já tinha esse plano de vir para os Emirados Árabes Unidos, principalmente depois que vi vários faixas-pretas vindo pra cá. Sabendo que o pessoal valoriza demais o jiu-jítsu e como o interesse na arte suave é grande por parte deles, fiz a inscrição na empresa Palms Sports, frequentei o cursinho de inglês e fiz a entrevista, em inglês e português. Isso foi em dezembro de 2016 e logo em janeiro de 2017 já fui chamado”, disse.

Léo e Fernando Silva (outro valadarense nos Emirados Árabes Unidos) encontrou com Bitta, faixa-preta  renomado e criador da equipe Pitbull (foto: arquivo pessoal Leonardo Vieira)

Longe de casa e dos familiares no início do trabalho, Léo pontuou as dificuldades que teve além da saudade. “A distância da família foi a situação mais difícil pra mim. Fiquei cinco meses sem ver minha esposa e meu filho. Outra situação complicada foi a questão financeira pra chegar lá. Tive que comprar a passagem do meu bolso, a passagem de ida, tinha que ser por nossa conta, como comprei de ultima hora, ficou bem caro. Tive ajuda do Ademilson Ramos, faixa-preta de Governador Valadares, e também de outro valadarense faixa-preta, Edson Barbosa Junior, o “Mizu”, que trabalha aqui também. Logo quando cheguei, tive o suporte do Fabrício Monteiro, um dos faixas-pretas que supervisionam o trabalho, ele me acolheu em sua casa por mais de um mês, não me cobrando nada”, revelou.

Léo explicou como é a rotina de trabalho em Al Fujayrah e os treinos para manter a forma. “O trabalho vai de domingo até quinta feira de 07h15 às 14h20. Dou aula numa escola como no Brasil, mas que também tem o jiu-jítsu como atividade física. As escolas são separadas, ou só de meninos ou de meninas. A escola que dou aula é só de meninos, a faixa-etária é aqui chamada de ciclo 3, que vai de 13 a 17 anos. Aqui eu não deixo de treinar, sempre treino na parte da noite em um clube aqui da cidade. Quero participar de campeonatos aqui,  provavelmente em janeiro já devo participar de alguns campeonatos, gosto muito de competir”.

Léo com outros faixas-pretas que trabalham nos Emirados Árabes Unidos (foto: arquivo pessoal Leonardo Vieira)

Léo também relatou que voltar ao Brasil seria apenas pra visitar amigos e familiares, pois em Al Fujayrah tem conseguido coisas que no Brasil seriam inimagináveis. “Voltar pro Brasil agora não está nos planos, apenas pra visitas mesmo, talvez no final de junho de 2018 vamos aparecer por aí. Minha esposa e filho tem apenas 4 meses que estão aqui, então não compensa retornar ao Brasil por agora. Estamos planejando fazer algumas viagens e conhecer lugares novos, pois aqui você tem oportunidade pra isso. Gosto muito de passear com a família, visitar outras cidades, resorts, restaurantes, experimentar culinárias diferentes, até num safari eu irie. Aqui o esporte é muito valorizado, pagam bem, consequentemente eu consigo ter uma vida bacana, consigo adquirir coisas aqui que no Brasil demoraria muito tempo. É um lugar seguro, vou poder pagar uma escola particular para meu filho, ele aprender inglês desde cedo, dentre tantas outras situações que no Brasil não conseguiria fazer. Então aqui certamente consigo uma estabilidade que é muito difícil ter no Brasil, finalizou.

Léo junto com a esposa Ana Paula e o filho Enzo Vieira aproveitando um dia de folga num resort (foto: arquivo pessoal Leonardo Vieira)

Experimentar comidas diferentes é uma das coisas que Léo mais gosta de fazer (foto: arquivo pessoal Leonardo Vieira)

Títulos no Brasil

Ainda na faixa-marrom, Léo foi campeão mundial pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Olímpico (CBJJO) em 2013; conquistou por duas vezes a Copa do Brasil pela CBJJO (2012 e 2013) e faturou o mundial pela Confederação Brasileira de Lutas Profissionais (CBLP) em 2013. Já na faixa-preta, foi campeão brasileiro pela CBJJO em 2014 e campeão sul-americano pela CBLP, em 2015.

Leonardo Vieira foi formado pelo professor faixa-preta, Patrick Vandesteen, da equipe Gracie Vandesteen Brothers, em Governador Valadares.

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