Atleta e professora da academia Nak La Muaythai a caminho da Tailândia

The following two tabs change content below.

Prisciliana Maciel vai pela terceira vez ao país que é berço do Muay Thai

Prisciliana Maciel treinando com Oliver Fernandes, na sede da Nak La Muay Thai (foto: Beatriz Glória)

A atleta e professora da academia Nak La Muatyhai, Prisciliana Maciel, mais uma vez estará indo para Tailândia, país conhecido como o berço do muay thai. Ela sairá de Governandor Valadares na segunda-feira (12), com previsão de chegada ao país asiático na quarta-feira (14). Será a terceira passagem dela pela Tailândia e diferente das duas primeiras vezes, não tem uma data específica para voltar. O objetivo é treinar muito, se aperfeiçoar e fazer algumas lutas por lá.

Prisciliana Maciel nasceu em São Paulo, aos cinco anos de idade foi para Alpercata e desde 2011 mora em Governador Valadares. A prática do muay thai começou como uma recomendação médica. “Há cinco anos atrás, passei por um tratamento de síndrome de pânico. Por indicação médica, procurei uma atividade física pra fazer. O muay thai começou como um auxílio do tratamento, treinava duas, três vezes por semana, mas sem muito compromisso”, revelou.

O que era apenas uma recomendação médica, virou um estilo de vida para Prisciliana Maciel. Ela destacou a primeira passagem dela na Tailândia, onde percebeu uma energia especial. “Depois de dois anos tendo o esporte como um “hobby”, comecei a namorar o Oliver Fernandes (professor da Nak la Muaythai). Como ele tinha um entendimento de que os treinos de muay thai na Tailândia eram bem diferentes do Brasil, foi pra lá com o desejo de se aperfeiçoar. Em meados de 2015, o Óliver Fernandes foi pra Tailândia passar um período de treinamentos, aí fui mais para fazer companhia. Acompanhando os treinos, comecei a entender que lá tinha algo especial, a “energia” da Tailândia é fora de série, você vê crianças desde cedo praticando o muay thai e fiquei impressionada com aquilo. Cheguei a treinar alguns dias também e a partir dessa minha primeira passagem pela Tailândia surgiu a decisão de querer levar o muay thai mais a sério”.

Prisciliana Maciel em ação no Thapae Boxing Stadium, em Chiang Mai, Tailândia (foto: arquivo pessoal Prisciliana Maciel)

Prisciliana Maciel também contou sobre a importância de sua primeira luta, situação que a influenciou para voltar a Tailândia. . “A minha primeira luta foi muito importante, tecnicamente falando, não foi muito legal, mas ali me certifiquei que era aquilo que eu queria. No final do ano de 2016, lutei no Top Rio Muaythai, um evento grande e com uma estrutura legal. Engraçado que quando comecei a levar mais a sério o muay thai, pensava em só dar aula e não tinha vontade de lutar, mas dentro do ringue percebi logo que queria algo mais. A minha segunda ida pra Tailândia já foi por conta de querer isso, aqui no interior temos a dificuldade de conseguir boas lutas. Na Tailândia tem ginásio em todo lugar, praticamente todo dia tem tem evento de muay thai. Passei 45 dias na minha segunda passagem pela Tailândia (em 2017) e consegui fazer duas lutas no Thapae Boxing Stadium, em Chiang Mai, cidade que fica no norte da Tailândia”, disse.

Querendo se aperfeiçoar mais e mais no muay thai, Prisciliana Maciel tomo uma decisão difícil, largar o emprego e ficar exclusivamente por conta do esporte. “Deixei meu emprego no mês passado, pra ficar só por conta do muay thai. Estou indo pela terceira vez para a Tailândia com todas as expectativas. Quando falo de viver de muay thai, é porque eu vou consegui dar aulas ainda por muito tempo e administrar a academia, mas pra lutar não terei esse tempo todo, por causa da minha idade, 32 anos, comecei tarde no esporte. Se eu quero lutar como eu quero, preciso acelerar, então precisei interromper as outras atividades, no caso, trabalhava no setor jurídico da Unimed. Então vou tentar fazer o máximo de lutas que eu puder. Quando entendi que eu queria lutar, se eu quisesse isso de fato, precisaria tomar uma decisão pra dedicar mais no muay thai, então ficou mais fácil, não que tenha sido totalmente fácil, mas tomei essa decisão”.

Prisciliana Maciel pontuou sobre os benefícios da prátiva do muay thai. “Posso dizer que o muay thai salvou minha vida, sem exagero nenhum, o esporte me ajudou demais naquele momento difícil de tratamento da síndrome do pânico. A atividade física por si só é como qualquer outra, tem movimentação do corpo, isso já é um ganho. No muay thai conseguimos desenvolver a concentração e também descobrimos que somos fortes em todos os sentidos. Você começa a bater de um jeito e lá na frente com o desenvolvimento percebe que está batendo mais forte. Se você recebe um golpe, vê que consegue assimilar isso, então você vai se descobrindo forte, e pra mim foi assim que aconteceu, me descobri forte em meio as situações difíceis”.

Muay Thai não é só uma atividade para homens, Prisciliana Maciel é a prova disso (registro: JP Filmes)

Com o dia internacional da mulher comemorado ontem (8), Prisciliana Maciel falou sobre a presença feminina no muay thai. “Quando comecei houve alguns questionamentos do tipo, “lá só vai ter homem”, comentários de colegas em geral. Hoje pra mim é uma coisa tão natural que até esqueço dessas coisas, mas quando comecei profissionalmente tive que vencer alguns obstáculos. A mulher normalmente precisa se  se provar o tempo todo, principalmente numa atividade que é predominantemente masculina. Entretanto, é muito bacana quando a gente vê cada vez mais mulheres chegando no esporte, elas percebem que o muay thai é um esporte pra quem quer praticar. Mesmo sendo uma atividade que tem muito contato físico, não existe essa distinção, entre “A” e “B”, é um esporte acessível para todos”, finalizou.

 

Matérias relacionadas

Patrocinadores

error: Para compartilhar este conteúdo, por favor utilize o link na barra de endereço ou as ferramentas oferecidas na página. Todo o conteúdo publicado no www.gvesportes.com.br está protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do site em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do GV Esportes. (fabio@gvesportes.com.br).